domingo, 25 de setembro de 2011

Odeio gente que foge

E aí você vê como é difícil encarar o vazio
quando ele parece engoli-lo e sufoca-lo

Quando a luz vai se acabando
quando você fica no escuro

Você teme a solidão
espera um dia supera-la
mas você não passa de um sonhador patético

Você acredita em Deus
mas ele parece não acreditar em você

Você tenta fugir daquele silêncio nostálgico
que se instala em você todo fim de tarde

Você engole o choro ao ver cenas tristes
Você tenta ser forte acima de tudo

Mas nada que você faz parece adiantar
tudo que você quer é fugir
chorar se esconder

Se enterrar num poço de covardia
queimar seus desejos

Mas no fim tudo que você quer
é sentir a luz inundando seu peito
sentir suas emoções explodindo alegres num sorriso

Tudo que você quer é perceber que não esta sozinho
porque isso é o que todos queremos

terça-feira, 13 de setembro de 2011

alguma coisa sobre felicidade

Talves fosse mais fácil descrever um dia feliz
se descrevêssemos o nascer do sol e o poente
se adicionássemos o cheiro matinal de grama molhada
ou a brisa fresca do fim de tarde

Sim, seria mais fácil descrever felicidade
se ela tivesse o toque fácil de uma pétala de rosa
ou o doce aroma de um bolo saído do forno

Seria mais fácil se pudessemos
toca-la, e não só senti-la


Mas se assim fosse
teríamos que recriar o mundo da percepções
onde sentimentos e emoções podem ser tocados
e muitas vezes ouvidos

Teriamos que recriar o dia
fazer do nascer sol um fenômeno tocável
e do poente um fenômeno audível

Seria mais fácil ainda
se aceitassemos a felicidade como um mistério
e ao observar o amanhecer e o pôr do sol
for fim entederiamos que o dia e noite
são tão misteriosos quanto a felicidade

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Hino da alma salva

Do nascer do sol até ao amanhecer
ela desejou que aquele dia nunca terminasse

Mas ele se foi com a chegada da noite
as estrelas iluminaram a noite
em um cortejo para a lua

Mas ela se sentia vazia oca
o vazio era tão grande que lhe dava náuseas
Que lhe fazia desejar a morte

A noite estava sendo longa
como se a sua vida se resumisse a ela

Nem todas as canções pareciam curar o desespero
a nostalgia e a ância por carinho que ela estava sentindo

Nem toda poesia parecia curar aquela dor incessante que assolava sua alma

A noite parecia engoli-la
Absorvendo todo seu brilho
e perfurando sua alma

Mas a luz chegou devagar
e foi cobrindo ela com sua benevolência
secando suas lagrimas com alegria
e iluminando tudo a sua volta

A salvação estava presente naquele hino
tão familiar
tão quente

Ela não estava mais sozinha
o dia havia chegado
com a esperança em suas asas
e uma alma salva em seus braços

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

felicidade

Ela sorriu com amargura
Viu o olhar de alegria das outras pessoas
e seu coração se contraiu de tristeza

Entre abraços e beijos
ela esperou que ele chegasse
e a envolvesse em um abraço amoroso e familiar
esperou sentir seu cheiro e sentir a barba dele roçar em seu rosto

Mas ele não veio
e ela ficou la sentada sozinha
olhando a neve cair cálida ao seu redor

Ela os odiou por estarem tão felizes
Odiou a alegria ilusória e momentânea que formam os bons momentos da vida

Ela também queria estar feliz
também queria ser abraçada e amada como todos os outros

Mas o medo e a dúvida a invadiam
e as boas lembranças surgiam em fleches na sua mente

Cada boa lembrança trazia uma dor lascinante

A decisão foi tomada
e o sangue jorrou
a cada gota de sangue ela se sentia mais aliviada

Ele agora estava vindo busca-la
a envolvia em seu abraço tão familiar
e a felicidade dos outros parecia uma mera ilusão