Você fecha os olhos
tudo azul
No fim da tarde
eu assisto de longe
a amargura do teu querer
Conheço teu riso
teu silêncio
tuas distorções
Aqui em casa não tem sala
não tem quarto
não tem vida
nada sem você
nada por você
Você é apenas a flor do meu jardim
a flor dessa cidade
uma flor sem vida
terça-feira, 4 de agosto de 2015
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
Agosto
Debaixo do céu de agosto
nossas mãos se entrelaçam
nossos corpos se unem
Os dias são azuis
Brilhantes
O nosso amor é corriqueiro
quase comum
As vezes eu penso em te perder
te libertar
te deixar ir embora
Teus olhos são sempre brilhantes
teu sorriso é sempre franco
O mundo tem seus limites
desconhecidos
E nesse mês de agosto
ainda
Nada mudou
nossas mãos se entrelaçam
nossos corpos se unem
Os dias são azuis
Brilhantes
O nosso amor é corriqueiro
quase comum
As vezes eu penso em te perder
te libertar
te deixar ir embora
Teus olhos são sempre brilhantes
teu sorriso é sempre franco
O mundo tem seus limites
desconhecidos
E nesse mês de agosto
ainda
Nada mudou
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Dialética
Sempre admirei as noites solitárias
e a falsa alegria em torno de tudo
Invejei por algum tempo
a mentira das paixões
e as amizades sem interesse
A vida se revela misteriosa
Os dias são sempre óbvios
as noites partem sozinhas
pra algum lugar no infinito
Tudo está morto
neste e naquele universo
O tempo se move em espiral
miserável e contínuo
As verdades desmoronam
Os lábios se calam
Os olhos se fecham
As vidas se acabam pouco a pouco
e as mentiras permanecem
sólidas
imutáveis
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Lábios de mel
Eu te encontro
Nos dias ensolarados
Teus lábios são de mel
Tua silhueta se mistura ao verde
Teu cheiro é de terra fresca
Eu me agarro em tua cintura
te laço um beijo
Me vejo nas nuvens
sempre
Teus lábios
puro mel
Você canta
dança
me enfeitiça
Eu só quero beijos
tocar teus lábios
quentes e molhados
doces como mel
Nos dias ensolarados
Teus lábios são de mel
Tua silhueta se mistura ao verde
Teu cheiro é de terra fresca
Eu me agarro em tua cintura
te laço um beijo
Me vejo nas nuvens
sempre
Teus lábios
puro mel
Você canta
dança
me enfeitiça
Eu só quero beijos
tocar teus lábios
quentes e molhados
doces como mel
Versos sobre cansaço
Seu primeiro nome era Carla , e era também tudo que ela sabia sobre si mesma.
Carla espreitava as ruas da periferia, sempre do avesso, sempre perdida. Carla não ligava para o mau tempo daquele dia ou de qualquer outro dia , sempre jogada nas ruas, ela não ligava pra nada. Suas roupas puídas colavam-se ao corpo,molhadas pelo fim de tarde mesmo assim ela não se dava ao trabalho de sentir frio, pois já não sentia nada.
Carla era mais que um nome de guerra. Carla era quem ela era por escolha própria e também por necessidade, Carla era a única realidade que ela conhecia e também a única coisa que ela podia inventar sobre si mesma.
Desde de muito cedo ela se lembra das mãos, não dos rostos, dos corpos ou dos cabelos, apenas das mãos a invadindo e desmontando. Ela também se lembra que houve um jardim, um pai e uma mãe e mais que cinco dentes em sua boca, se lembra de ter chorado , rezado e sentindo fome; mas essas coisas pareciam ter acontecido em outra vida.
Agora ela era apenas Carla, a noite nas ruas, dormindo marcada num quarto de pensão , era Carla indo de abrigo em abrigo , comendo comida fria de madrugada.
Era Carla, suja, suada e letárgica. Percorrendo as ruas de uma cidade grande demais pra ela.
Era sempre Carla, só Carla.
Cansada demais pra se defender
Carla espreitava as ruas da periferia, sempre do avesso, sempre perdida. Carla não ligava para o mau tempo daquele dia ou de qualquer outro dia , sempre jogada nas ruas, ela não ligava pra nada. Suas roupas puídas colavam-se ao corpo,molhadas pelo fim de tarde mesmo assim ela não se dava ao trabalho de sentir frio, pois já não sentia nada.
Carla era mais que um nome de guerra. Carla era quem ela era por escolha própria e também por necessidade, Carla era a única realidade que ela conhecia e também a única coisa que ela podia inventar sobre si mesma.
Desde de muito cedo ela se lembra das mãos, não dos rostos, dos corpos ou dos cabelos, apenas das mãos a invadindo e desmontando. Ela também se lembra que houve um jardim, um pai e uma mãe e mais que cinco dentes em sua boca, se lembra de ter chorado , rezado e sentindo fome; mas essas coisas pareciam ter acontecido em outra vida.
Agora ela era apenas Carla, a noite nas ruas, dormindo marcada num quarto de pensão , era Carla indo de abrigo em abrigo , comendo comida fria de madrugada.
Era Carla, suja, suada e letárgica. Percorrendo as ruas de uma cidade grande demais pra ela.
Era sempre Carla, só Carla.
Cansada demais pra se defender
quinta-feira, 9 de julho de 2015
Sobre o Silêncio
Te amo
Como se ama de madrugada
No silêncio dos lençois
com as luzes apagadas
e a pele pedindo carinhos
O vento bate na janela
eu te procuro em manhãs frias
Em todas elas
procuro seu olhar na multidão inexistente
Faço amor com as pontas dos dedos
meus lábios queimam
te chamam
Teu amor é cruel
Prolonga meus dias
Confunde minhas horas
meus sentidos
Teu corpo
Teu olhar
Me erram de madrugada
Quero apenas você
que se aninhe entre minhas pernas
e sussurre segredos misteriosos
Que você me acaricie
até que a noite se torne dia
Que as roupas fiquem no chão
e que nossos corpos se tornem abrigo um do outro
Como se ama de madrugada
No silêncio dos lençois
com as luzes apagadas
e a pele pedindo carinhos
O vento bate na janela
eu te procuro em manhãs frias
Em todas elas
procuro seu olhar na multidão inexistente
Faço amor com as pontas dos dedos
meus lábios queimam
te chamam
Teu amor é cruel
Prolonga meus dias
Confunde minhas horas
meus sentidos
Teu corpo
Teu olhar
Me erram de madrugada
Quero apenas você
que se aninhe entre minhas pernas
e sussurre segredos misteriosos
Que você me acaricie
até que a noite se torne dia
Que as roupas fiquem no chão
e que nossos corpos se tornem abrigo um do outro
Permanência
Eu estou apaixonada
imensamente apaixonada por ela
Não sei aonde essa paixão vai me levar
Já é difícil dizer de onde ela veio
Sinto que eu ela
já trilhamos os mesmo caminho
diversas vezes
E sempre paramos aqui
estagnas no mesmo lugar
como duas rochas
Que um dia estiveram nas montanhas
E agora só conhecem a terra plana do fundo do mar
Sempre estivemos aqui
eu e ela
Nossa paixão nunca ardeu
Pois é uma chama que se queimou sozinha
e o vento levou as cinzas
Mas ela é bela
como as ondas iluminadas num dia de sol
E ela real
como a divindade que habita o coração dos homens
Eu a quero
e esse querer me dói na alma
A paixão existe
nela eu trilhei meu caminho
Nossas almas não se tocam
jamais se tocaram
Apenas permanecem
frias
Caladas
Sem tomar consciência
da presença uma da outra
imensamente apaixonada por ela
Não sei aonde essa paixão vai me levar
Já é difícil dizer de onde ela veio
Sinto que eu ela
já trilhamos os mesmo caminho
diversas vezes
E sempre paramos aqui
estagnas no mesmo lugar
como duas rochas
Que um dia estiveram nas montanhas
E agora só conhecem a terra plana do fundo do mar
Sempre estivemos aqui
eu e ela
Nossa paixão nunca ardeu
Pois é uma chama que se queimou sozinha
e o vento levou as cinzas
Mas ela é bela
como as ondas iluminadas num dia de sol
E ela real
como a divindade que habita o coração dos homens
Eu a quero
e esse querer me dói na alma
A paixão existe
nela eu trilhei meu caminho
Nossas almas não se tocam
jamais se tocaram
Apenas permanecem
frias
Caladas
Sem tomar consciência
da presença uma da outra
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