domingo, 30 de outubro de 2011

um menino

Era um menino

Que nada sabia sobre o amor
Queria liberdade

Mas a liberdade que ele queria
não foi a que conquistou

Queria felicidade
mas não encontrou

Encontrou ilusões
e enfim se apaixonou

Ele a queria
mas ela negou


Pensava que tinha encontrado o amor
mais no fim tristeza foi tudo que encontrou

Ainda era um menino
e mesmo sem ela
este menino um homem se tornou

(Para Bruno Haidemann)


E então o amor se espalhou entre eles como uma praga
Sim, uma praga
o amor que deveria ser uma benção
se instalou em corações puros e os corrompeu

Belas damas e nobres cavalheiros
todos eles se rendiam àquele prazer nocivo

Não tinham medo
estavam enfeitiçados
por uma felicidade ilusória

Se esqueciam de dormir
comer
beber
até de respirar


Se sentiam felizes
queriam ser correspondidos
amados desejados


Mas estavam sozinhos
o amor se acabou
e eles não puderam ter mais

E aquele dia foi o fim
o dia que o amor nasceu e morreu na terra

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Um murmúrio vazio
suas palavras nada podem afirmar

Estão vazias e soltas
voando como pipas no céu

Elas já foram coloridas e alegres
já foram doces e suaves

Mas ninguém quis ouvi-las

Disseram que você mentia
mas eu quis acreditar

Eu tive certeza que você era verdadeiro
mas no fim
eram eles que diziam a verdade
Eu tento escrever sobre você
eu tento lembrar

Mas a pessoa que você é realmente
não é a mesma das minhas lembranças

Eu tenho medo que você
possa sumir entre desejos e lembranças
um medo que me consome
e me impede de enxergar

Eu imagino um ser de luz
mas não vejo nada
porque aqui fora a luz já apagou