quinta-feira, 26 de maio de 2016

Como diria Camões...

Teu peito , depois do ato, ressona levemente como se a cadência do teu respirar embalasse meus sonhos. Meus olhos ainda abertos, fitam seu rosto cansado, porém feliz. A cama com os lençóis amarrotados denotam marcas de amor e o quarto na penumbra , subitamente parece ter se tornado um palácio.
Eu sei,é cafona falar de amor, chega até ser traição dizer que te amo enquanto tu repousa  em meus braços. Foi essa noite, quanto teu calor queimou minha pele e teu gozo marcou minha alma que eu percebi que nada é mais puro que o sorriso dos teus lábios e que nada é mais macio que o toque dos teus dedos.
Meu coração dança quando eu te encontro, vou ao céu e ao inferno em questão de minutos. Descobri que de fato  "o amor é o fogo que arde sem se ver " como diria camões e que meu amor por ti arde e queima meu peito.
Teu amor se tornou minha fé, em teu toque renasceu minha alma.
(...) queria eu cantar imagens sobre o céu e a terra enquanto te embalo com a voz de ninar. Queria eu afagar teus cabelos e te ver correr pelas ruas como se não existissem carros ou bombas, como se a fumaça no céu fosse neblina pela manhã. 
Sou alguns filhos sem mães. Sou todas essas mães de asas quebradas que viram seus filhos lutarem ferozmente contra o mar , com os olhinhos fechados e os bracinhos cansados. Sou a alma que caminha entre aqueles que não tem céu nem terra, que já não podem andar ou cantar canções de ninar.
Não conheço a paz de um sono tranquilo, seria mais fácil dizer que nunca conheci a paz. Eu sou pai e mãe. Já não tenho pai nem mãe, nem terei filhos. Não pude ser filho.
As fronteiras brilham a fronteira do meu juízo . Eu que não permaneci nem mudei ou parti, também não conheci um lar.
Sei que aqui jamais estarei, que esse Deus não me deixou terra no mundo nem ouro nas mãos e muito menos amores para o meu coração.

Do lado contrário

É aqui sentada no vazio do só que eu escrevo alguns versos:

Imagino teus contornos
avessos no espaço
A constância do teu silêncio
é a margem da loucura 

Tua silhueta faz uma linha
entre a realidade e o imprevisível
Teus beijos são o próprio tempo-espaço
fundidos na tranquilidade do bem querer

A carne é um sentimento de calma
misturada ao teu perfume
protegida pelo o que há de ser

Ah! se pudéssemos conhecer a nudez das almas


Haveria a cor e o verso
Haveria a calma de toda a liberdade assistida
Haveria a lembrança dessa falha memória

Seria neste instante
A tranquilidade de um bem querer